Eva

2025

Cordiais saudações a todos os membros da direção da DfM e APESMO

Sou Eva Alberto Guidione, 20 anos, frequentando o primeiro ano de medicina geral na faculdade de ciências de saúde UCM. O meu ano de 2024 foi marcado por imensas dificuldades sociais e académica. Primeiramente, quero dizer que academicamente foi desafiador por muitos motivos: o primeiro desafio foi o número elevado de estudantes que frequentavam o ano propedêutico que fez com que houvesse o aumento da pressão sobre os estudos e os estudantes, o segundo foi a redução do tempo de estudos, sendo limitado em 3 dias por semana para um ano em que as aulas costumavam ser todos os dias da semana, e por último, tive alguns problemas de saúde (tive problemas visuais que dificultaram na leitura). Face à todas essas dificuldades, tive algumas recorrências mas Graças a Deus consegui passar de ano.

Socialmente, devido as tensões políticas no nosso país, o custo de vida cá em Moçambique aumentou exponencialmente, havendo aumento do custo da cesta básica para se alimentar e ficar com dinheiro pra cópias e outras necessidades cotidianas. Também enfrentei alguns problemas pessoais porque o meu pai tem tido problemas de saúde e de alguma forma tem me abalado e dificulta às na leitura ou na concentração. Quero, por meio dessa, agradecer a toda família DfM/APESMO, se não fosse pelo vosso apoio provavelmente não estaria aqui nesse ano testemunhando mais uma vez a bondade de Deus e provando mais uma vez que Deus tem um propósito para cada um de nos nessa vida.

Também quero agradecer a Dra. Gitta e Dr. Harry, pelo apoio e confiança que depositam em mim a cada dia; me sinto acolhida por todos nessa família maravilhosa.

 

2024

Saudações à todos os membros da fundação Doctors for Mozambique

Eu sou Eva Alberto Guidione, natural de Chimoio, Filha de Alberto Guidione e Flora António. Tenho 5 irmãos maternos e 10 irmãos paternos, meu pai tinha 6 esposas, atualmente são 3.

A minha mãe faleceu quando eu tinha 6 anos de idade em 2012, fiquei com as minhas irmãs maternas, elas não trabalhavam, tinham de deixar de estudar pra cuidar de mim, vivíamos em situações precárias, fomos acolhidas por um centro de órfãos católico, “Santo António” o centro pagava o material escolar, roupas, comida e vivia no centro, isso foi quando eu estava na terceira classe até a quinta classe, na quinta classe o meu pai decidiu procurar- me, eu não sabia que tinha pai, porque a minha mãe tinha me dito que ele morreu (porque ele recusou a gravidez), mas acabei me acostumando com ele, não temos muita conversa. Ele levou-me pra morar com a minha tia em 2016, ela acabou falecendo em 2017, ele levou-me pra morar com meu irmão paterno em Mossurize, lá fiz a sétima classe na Escola primária do 1° e 2° grau de goi-goi sede. A oitava classe fiz em Dombe na escola secundária Divina providência de Dombe, morava no internato nossa senhora rainha do mundo, meu pai pagava a minha estadia lá, a partir de 2019 meu pai começou a adoecer e não conseguia mas custear os meus estudos porque tinha que cuidar da saúde dele, eu comecei a fazer pequenos negócios dentro do internato pra sustentar os estudos, recebia ajuda mas não cobria tudo, foi nessas condições que consegui terminar a décima segunda classe em 2022 graças a Deus, o meu desempenho na escola foi muito bom.

Em 2023 não pude me formar por falta de condições; me surgiu a oportunidade da bolsa, abracei e consegui admitir, quero fazer valer a pena essa oportunidade.

Quero agradecer a fundação Doctors for Mozambique e a associação APESMO pela oportunidade que me deram.